Para ousar dizer o NoMe
Estudo sobre o tema do homoerotismo para a cena teatral
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
sábado, 13 de outubro de 2012
Alçar vôos
Depois de seu lançamento em março de 2012, dentro
do Projeto CENA ABERTA do Centro Cultural da UFMG, o projeto “Para ousar dizer
o nome” prepara sua terceira cena/debate para apresentação em 5 de novembro de
2012. O projeto prevê a apresentação de
cinco cenas seguidas de debates sobre o tema do homoerotismo, antes de criar um
espetáculo com todo o material recolhido durante o processo de ensaios, pesquisas
e encontros com o público.
A segunda cena, apresentada em
abril de 2012 no Centro Cultural da UFMG, vem se apresentando em vários espaços
da região metropolitana. Em parceria com o NUH (Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG), que
desenvolve o projeto “Educação sem homofobia” nas escolas da rede pública, o
formato da cena/debate já foi apresentado na FAFICH/UFMG e em Contagem, para
professores, gestores da educação básica, profissionais da área da saúde,
segurança e assistência social e para uma turma de setenta adolescentes, estudantes
de uma escola municipal.
A
proposta desse projeto é alcançar através do teatro o maior número de pessoas
de diferentes áreas, idades e condições sociais, para levantar e debater o tema
do homoerotismo e a diversidade sexual.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
2ª apresentação/debate
Segunda
apresentação/debate dentro da série de encontros sobre o tema do homoerotismo
que ocorrerá no Centro Cultural UFMG pelo projeto PARA OUSAR DIZER O
NOME – CENA ABERTA 2012 . Antecederá o debate uma cena
teatral que oferecerá material para as discussões, colocações e depoimentos
acerca do tema. O evento acontecerá no dia 02 de maio, às 20:30h, na
programação do Música e Poesia. Aberto ao público em geral.
Entrada Gratuita
Av. Santos Dumont, 174
esquina com rua da Bahia
FICHA TÉCNICA
Direção: Telma Fernandes
Ator: Marco Aurélio
Trilha sonora: Gilmar Iria
Preparação vocal: Raisa Campos
Produção: Marco Aurélio
Texto: Marco Aurélio e Telma Fernandes
O que é o projeto
Para ousar dizer o nome é um dos projetos contemplados no edital CENA
ABERTA DO CENTRO CULTURAL UFMG 2012. É um projeto de pesquisa que pretende
levantar materiais, debates, informações, críticas e depoimentos acerca do
universo homoerótico, por meio de um contato direto com o público, e a partir
do material coletado, criar um espetáculo teatral. Durante o processo de
criação, serão promovidos encontros com o público, para que este possa dialogar
e debater sobre o tema do homoerotismo e assim fornecer elementos para
construção da dramaturgia e da própria cena.
No decorrer do ano serão
cinco apresentações/debates e após cada uma delas, os artistas retornarão para
a sala de ensaio para modificações no trabalho apresentado e criação de nova
cena segundo as contribuições obtidas no encontro com o público.
As apresentações/debates
serão registradas em vídeo e fotografia, servindo como fonte de estudo. Assim,
a pesquisa pretende levantar um rico material obtido através da escuta e da
provocação de uma sociedade que vive, pensa e constrói idéias a respeito do
homoerotismo, um assunto tão discutido na atualidade.
No final desta série de encontros
será apresentado um espetáculo teatral no Centro Cultural da UFMG, como etapa
final do projeto. A temporada terá ampla divulgação com ingressos a preços
populares.
O grupo iniciou seus
trabalhos em janeiro de 2012 e desde então, pesquisa e faz estudos
bibliográficos sobre o tema. A partir desses estudos e das experiências dos
artistas, foi criada a cena que subsidiou o primeiro debate ocorrido no dia 19
de março.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
“O amor que não ousa dizer seu nome”
Oscar Wilde
"THE LOVE THAT DARE NOT SPEAK ITS
NAME"
Utilizada para referir-se ao amor entre pessoas do mesmo
sexo, a frase o amor que não ousa dizer
seu nome é o último verso do poema Dois
amores de Lord Alfred Douglas (Bosie), publicado na revista The Chamaleon
em 1894.
Lord Douglas era amante do escritor Oscar Wilde e seu poema
“Dois amores” foi utilizado pela acusação no famoso processo que condenou Wilde
à dois anos de prisão pelo crime de “homossexualismo” em 1895. O discurso de defesa de Oscar Wilde também
ficou celebre e causou imensa comoção à época. Mas Wilde negava suas relações
homossexuais e havia jurado inocência mesmo para seus advogados. Seu discurso
não resistiu à investigação dos promotores e à delação de alguns de seus
amantes.
TWO LOVES - ALFRED DOUGLAS
from The
Chameleon, December 1894.
I dreamed I stood upon a little hill,
And at my feet there lay a ground, that seemed
Like a waste garden, flowering at its will
With buds and blossoms. There were pools that dreamed
Black and unruffled; there were white lilies
A few, and crocuses, and violets
Purple or pale, snake-like fritillaries
Scarce seen for the rank grass, and through green nets
Blue eyes of shy peryenche winked in the sun.
And there were curious flowers, before unknown,
Flowers that were stained with moonlight, or with shades
Of Nature's willful moods; and here a one
That had drunk in the transitory tone
Of one brief moment in a sunset; blades
Of grass that in an hundred springs had been
Slowly but exquisitely nurtured by the stars,
And watered with the scented dew long cupped
In lilies, that for rays of sun had seen
Only God's glory, for never a sunrise mars
The luminous air of Heaven. Beyond, abrupt,
A grey stone wall. o'ergrown with velvet moss
Uprose; and gazing I stood long, all mazed
To see a place so strange, so sweet, so fair.
And as I stood and marvelled, lo! across
The garden came a youth; one hand he raised
To shield him from the sun, his wind-tossed hair
Was twined with flowers, and in his hand he bore
A purple bunch of bursting grapes, his eyes
Were clear as crystal, naked all was he,
White as the snow on pathless mountains frore,
Red were his lips as red wine-spilith that dyes
A marble floor, his brow chalcedony.
And he came near me, with his lips uncurled
And kind, and caught my hand and kissed my mouth,
And gave me grapes to eat, and said, 'Sweet friend,
Come I will show thee shadows of the world
And images of life. See from the South
Comes the pale pageant that hath never an end.'
And lo! within the garden of my dream
I saw two walking on a shining plain
Of golden light. The one did joyous seem
And fair and blooming, and a sweet refrain
Came from his lips; he sang of pretty maids
And joyous love of comely girl and boy,
His eyes were bright, and 'mid the dancing blades
Of golden grass his feet did trip for joy;
And in his hand he held an ivory lute
With strings of gold that were as maidens' hair,
And sang with voice as tuneful as a flute,
And round his neck three chains of roses were.
But he that was his comrade walked aside;
He was full sad and sweet, and his large eyes
Were strange with wondrous brightness, staring wide
With gazing; and he sighed with many sighs
That moved me, and his cheeks were wan and white
Like pallid lilies, and his lips were red
Like poppies, and his hands he clenched tight,
And yet again unclenched, and his head
Was wreathed with moon-flowers pale as lips of death.
A purple robe he wore, o'erwrought in gold
With the device of a great snake, whose breath
Was fiery flame: which when I did behold
I fell a-weeping, and I cried, 'Sweet youth,
Tell me why, sad and sighing, thou dost rove
These pleasent realms? I pray thee speak me sooth
What is thy name?' He said, 'My name is Love.'
Then straight the first did turn himself to me
And cried, 'He lieth, for his name is Shame,
But I am Love, and I was wont to be
Alone in this fair garden, till he came
Unasked by night; I am true Love, I fill
The hearts of boy and girl with mutual flame.'
Then sighing, said the other, 'Have thy will,
I am the love that dare not speak its name.'
DISCURSO DE DEFESA DE
OSCAR WILDE
“The love that dare not speak its name’ in this century is
such a great affection of an elder for a younger man as there was between David
and Jonathan, such as Plato made the very basis of his philosophy, and such as
you find in the sonnets of Michelangelo and Shakespeare. It is that deep, spiritual affection that is
as pure as it is perfect. It dictates
and pervades great works of art like those of Shakespeare and Michelangelo, and
those two letters of mine, such as they are.
It is in this century misunderstood, so much misunderstood that it may
be described as the “Love that dare not speak its name,” and on account of it I
am placed where I am now. It is
beautiful, it is fine, it is the noblest form of affection. There is nothing unnatural about it. It is intellectual, and it repeatedly exists
between an elder and a younger man, when the elder man has intellect, and the
younger man has all the joy, hope and glamour of life before him. That it should be so the world does not
understand. The world mocks it and
sometimes puts one in the pillory for it.”
TRADUÇÃO
O Amor que não ousa dizer seu nome, em nossa época, é esta
imensa afeição de um homem maduro por um outro mais jovem, parecida àquela que
unia David e Jonathan, parecida àquela sobre a qual Platão ergueu os
fundamentos de sua filosofia, parecida também àquela que se encontra nas
obras-primas de Michelangelo e de Shakespeare. É esta afeição profunda,
espiritual, tão pura quanto perfeita. Ela inspira e anima as grandes obras como
as de Shakespeare e de Michelangelo e as cartas que escrevi, se não se as
deturpa. Ele é incompreendido em nossa época, tão incompreendido que pode ser
descrito como “o Amor que não ousa dizer seu nome”, e é por causa dele que me
encontro agora aqui. Ele é belo, ele é grande, ele é a forma mais nobre da
afeição. Não há nada nele que seja contra a natureza. Ele é intelectual, ele
nasce fatalmente entre um homem maduro e um mais jovem quando o mais idoso tem
gostos intelectuais e quando o mais jovem tem toda a alegria, a esperança e as
miragens da vida diante de si. Que tem de ser assim, é o que o mundo não
compreende. O mundo reprime este sentimento e põe no pelourinho os que são
tocados por ele.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Trilha da primeira cena
Trilha da primeira cena do projeto "Para ousar dizer o Nome"
A cena foi apresentada no dia 19 de março. No Auditório do Centro Cultural UFMG.
http://www.youtube.com/watch?v=lFFCoKPIa_o&feature=youtu.be
A cena foi apresentada no dia 19 de março. No Auditório do Centro Cultural UFMG.
http://www.youtube.com/watch?v=lFFCoKPIa_o&feature=youtu.be
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